Faço parte da sociedade calvinista

sábado, 9 de julho de 2011

    


                                   Um exemplo de pai
    
Em seu livro um “Um rosto para Deus?” Maria Clara Bingemer afirma:
 Assim como abundam os estudos sobre as conseqüências da privação do cuidado materno, não é dito o bastante sobre os efeitos devastadores da falta da figura paterna, que faz tanta ou mais vítimas que a primeira. Algumas enfermidades atuais, como anorexia, bulimia, dependência tóxica, que estão liquidando as últimas gerações de filhos, podem ser vinculadas diretamente – segundo os últimos estudos da psicologia – ao vazio da figura paterna; (...) estar privado do pai equivale a estar privado da espinha dorsal .1
   O propósito deste texto é elaborar a figura de um pai exemplar. Um pai capaz de dar aos seus filhos/as, cuidados necessários para o desenvolvimento moral, social e espiritual. Na busca de um paradigma. Buscamos no Deus da Bíblia traços importantes sobre a figura paterna. Depois de apresentarmos estes traços aplicaremos os mesmos a nossa realidade.
Traços paternos de Deus
 Amor – na Bíblia este substantivo expressa a essência do caráter de Deus (1Jo 4.16), “... é aquela parte da sua natureza que O move a doar-se a se mesmo, em termos de afeição, e a manifestar Seu interesse em atitudes de cuidado e auto-sacrifício pelo objeto do Seu amor”2                                                                                                                                                          Cuidado – Deus nas Escrituras se manifesta como pai atencioso com os seus filhos. Ele valoriza a vida do ser humano em sua completude. Satisfaz todas as necessidades físicas, morais, espirituais (Mt 6.25-34).
 Proteção – encontramos na Bíblia metáforas que revelam Deus como protetor dos seus Filhos. Dentre elas citaremos o salmo 91.4 que diz “De suas asas ele faz para ti um abrigo, e debaixo da sua plumagem te refugias”. O poeta neste salmo compara Deus a um pássaro que oferece amparo, conforto, e assistência para os seus filhos em todos os momentos.
Perdão – “... é dado por Deus a alguém que é totalmente indigno de recebê-lo. Este perdão não é parcial ou condicional; pelo contrário, ele é completo e imparcial, restaurando novamente o ser humano com Deus”. 3
Companheirismo – significa que Deus como pai esta com os seus filhos em todos os momentos. Não os abandona e nem se esquece (Is 49.15) dos seus, pelo contrário, Deus promete acompanhá-los e conduzi-los até o fim (Sl 23.4,6; 48.15).
Intimidade – reflete a amizade profunda do Divino com o ser humano ao ponto de Deus partilhar os seus segredos com o homem (Gn. 18.17; Tg 2.23).
Disciplina – No Grego do Novo Testamento esta palavra disciplina significa paideia. Strong define como: “todo o treino e educação infantil que diz respeito ao cultivo de mente e moralidade (...) instrução que aponta para o crescimento em virtude”4 O escritor aos Hebreus no capítulo 12. 5-11 ensina que Deus como pai disciplina, corrige os seus filhos. Sua disciplina visa à educação, moralidade e justiça.
Aplicação
Segundo a Bíblia os seres humanos foram feitos “imagem e semelhança” de Deus. Isto significa que nós humanos e de forma especial pais, temos traços ou qualidades em nossa natureza que caracterizam “imagem e semelhança de Deus”. Por exemplo, amor, bondade, espiritualidade, etc... Com isso acreditamos na possibilidade de usarmos estes traços acima citados e aplicá-los em nossas vidas.
Ser um pai exemplar é encarnar o amor de Deus na fala, no gesto e na ação. Cuidar dos filhos/as integralmente corpo, mente e espírito. Tornar-se um lugar de refugio e amparo em todos os momentos. Perdoar incondicionalmente, que a misericórdia e a longanimidade sempre precedam o juízo. O companheirismo seja elo para uma intimidade sadia e fecunda. As disciplinas e correções tenham como objetivo à educação, desenvolvimento e aprendizagem.

Notas:
1.       BINGEMER CLARA, Maria. Um rosto para Deus?São Paulo: Paulus, 2005, p.85.
2.       FILHO BORTOLLETO, Fernando (Org.). Dicionário Brasileiro de Teologia. São Paulo: ASTE, 2008, P.32,33.
3.       FILHO BORTOLLETO, Fernando (Org.), op.cit. p.780.
4.       JAMES, Strong. Dicionário bíblico. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002, p. 1558.

                                                                                                                  

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