Faço parte da sociedade calvinista

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Características do Culto Neo Pentecostal Versus Características do Culto Bíblico.

Introdução


Este assunto que estaremos tratando nas linhas a seguir será em minha opinião mais do que um trabalho para atender esta matéria que estamos estudando, mais em primeiro lugar: um tratado teológico, pois biblicamente falando o Deus Trino deve ser a centro e alvo do culto que prestamos em segundo lugar: apologético, pois o Apostolo Judas na sua missiva nos exorta: “Meus amigos muito queridos, eu estive planejando escrever-lhes alguns pensamentos a respeito da salvação que Deus nos deu, PÓREM AGORA VEJO QUE EM VEZ DISSO DEVO ESCREVER-LHES DE OUTRA COISA, INSTANDO COM VOCÊS PARA QUE DEFENDAM BRAVAMENTE A VERDADE QUE DEUS, UMA VEZ POR TODAS, ENTREGOU AO SEU POVO PARA CONSERVAR SEM MUDANÇA ATRAVÉS DOS ANOS” (Jd v.3, Bíblia viva, grifos meus). Como verdadeiros adoradores não podemos nos amoldar os cultos neo-pentecostais, que desrespeitam e desprezam o plano original de Deus para as suas criaturas e conseqüentemente a sua Igreja, procurando exaltar, mais a criatura do que o seu criador, a confissão de fé de Westminster de forma magistral e bíblica define o verdadeiro culto: “A luz da natureza mostra que há um Deus, que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo coração, de toda alma e de toda força; mas, o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela própria vontade revelada que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de outro modo não prescrito nas escrituras” (Cap. 21: Do Culto religioso e do Domingo, Nº 1).


Apresentaremos a seguir as principais características do culto neo-pentecostal e as características do culto bíblico que por se mesmo refutará de modo infalível este culto descabido quem tem influenciado de um modo devastador até mesmo Igrejas Históricas e os cristão que não conhecem a doutrina bíblica, que diante de suas propostas que tem levados os homens para longe do seu propósito que é adorar a Deus em espírito e em verdade.


Edson Pereira da silva
Seminário Pentecostal do Nordeste
Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco
Novembro de 2008, Brasil.



CARACTERÍSTICAS DO CULTO NEO-PENTECOSTAL

1. O homem é o centro – (antropocentrismo) culto antropocêntrico onde se valoriza mais o homem do que o próprio Deus, nos cultos neo-pentecostais e até mesmo pentecostais e tradicionais, o homem é o foco, a causa e a razão e até mesmo “senhor” do culto, onde Deus torna-se o “servo”;


2. Oração do: diga; faça; receba; e conte – a fórmula é simples: 1º) ‘Diga a coisa. Positiva ou negativamente, tudo depende de você. De acordo com o que você disser receberá’. 2º) ‘Faça a coisa. Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória’. 3º) ‘Receba a coisa. Compete a você a conexão com o ‘dínamo do céu’. A fé é o pino de tomada-basta conectá-lo’. 4º) ‘ Conte a coisa a fim de que os outros também possam crer’. Este tipo oração atribui poder a palavras quando proferidas quer positiva ou negativamente resultando no alcance daqui-lo que foi proferido, E.W.Kenyon insiste que: ‘é a nossa confissão que nos governa’ ou seja, tudo que envolve ou venha acontecer em nossa vida será o resultado das palavras por nós proferidas;


3. A música do “cão junto” – seus cânticos falam mais em prosperidade, batalha espiritual, autopromoção etc. Eles se apresentam como se a Igreja e o culto fossem uma platéia para aplaudi-los. Eles se parecem mais animadores e manipuladores de auditórios seculares, mudanos; isto é, sem nada de louvor e adoração ao Deus Trino. O objetivo dos “cão juntos” é fidelizar os clientes tornando-os dependentes de suas músicas e satisfazer a clientela ou seja cantar aquilo que o cliente gosta de ouvir;


4. Representantes de Cristo – o catolicismo romano no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma nacional, enaltecendo milagres de santos, posse de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, unção e santificação de objetos, água benta, entre muitos outros. O resultado disso é que muitas Igrejas evangélicas tem se utilizado de supostos objetos ou amuletos que na sua essência são considerados por eles “símbolos ou representantes” de Cristo com os mesmos “poderes milagrosos” que reside em Jesus;


5. O Papa que se cuide, pois a concorrência é grande – a idéia de que os pastores são mediadores entre Deus e os homens. No catolicismo, a igreja é mediadora entre Deus e os homens e através dos sacerdotes católicos transmite a graça divina. Em alguns casos, o papa é visto como “outro Cristo”, um canal de mediação entre o rebanho e Deus. Essa idéia de mediação humana passou para os evangélicos com poucas alterações. Até nas igrejas chamadas históricas os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa que a deles, colocando-o em pé de igualdade com Cristo como se a sua mediação fosse à causa de receber os favores divinos. Esse ranço católico vem sendo cada vez mais explorado por setores neo-pentecostais, a julgar por práticas já assimiladas como: “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo ou apostolo”, “a oração de poder da irmã fulana que é profeta” etc.


6. Chegou a hora do entretenimento – a Palavra de Deus fonte da vontade revelada de Deus para nossas vidas tem perdido espaço para novos métodos, tais como: dramatização, dança, comédia, variedades, grandiosas atrações, concertos populares e outras formas de entretenimento. Esses novos métodos são supostamente, mais “eficazes”, ou seja, atraem grandes multidões. E visto, que, para muitos, quantidade de pessoas nos cultos tornou-se o principal critério para avaliar o sucesso de uma igreja, aquilo que mais atrair público é aceito como bom, sem análise crítica. Além desses novos métodos quero arrolar outros que posso dizer são a moda do momento: “unção do cai cai”, “reflai”, “reteté” e etc.


Quero alistar agora as formas como a Palavra Deus tem sido pregada nestes movimentos: 1º. Superficial – não há um conteúdo bíblico, pelo contrário suas mensagens são extraídas muitas vezes do texto bíblico sem bases exegéticas e hermenêuticas, mais seus objetivos é apresentar aquilo que os seus clientes desejam como disse John F.Macarthur Jr. “Infelizmente, pregadores com mensagens que satisfazem as coceiras nos ouvidos são abundantes em nossos dias. Em épocas de fé instável, de ceticismo e de mera especulação curiosa em relação aos aspectos espirituais, mestres de todo tipo proliferam, tal como moscas da praga no Egito. A demanda gera suprimento. Os ouvintes convidam e moldam seus próprios pegadores. Se as pessoas desejam um bezerro para adorar, o ministro ‘que fabrica bezerros’ logo é encontrado”; 2º. Breve – para estes pregadores mensagens muito longas cansam, infelizmente em nossos dias tolera-se a má doutrina, a profecia sem base bíblica, o movimento chamado do “Espírito” sem fundamento na palavra, revelações, manifestações dos dons fora do contexto bíblico, porém, um sermão mais longo, esse não, pois cansa; 3º. Emoção é a prioridade – sopros, gemidos, gritos, e sons no microfone. Muitos cristãos não analisam o teor da mensagem só porque o pregador profetiza, fala em línguas e outros movimentos estranhos, acreditam que tudo aquilo é o mover do “Espírito”.


Vejamos o pensamento do príncipe dos pregadores sobre esse assunto: “A apatia está por toda a parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto”, (Charles Haddon Spurgeon).


CARACTERÍSTICAS DO CULTO BÍBLICO

1. Deus é o centro – (Teocêntrico) culto teocêntrico é o culto onde Deus é centro. Ele é o foco e o fundamento do nosso culto. Deus deve ser adorado por sua criação Sl 148.1-14, pelo seu povo Sl 95.6-7, pois Ele tem direito sobre a sua Criação Sl 95.6, Sl 100.3, e direito sobre o seu povo Sl 100.3. Deus está à procura de verdadeiros adoradores Jo 4.23 que O adorem, da forma revelada na sua Palavra. O culto Teocêntrico reconhece que Deus, é a origem, a condução e a realização de todas as coisas que estão relacionadas com a nossa vida, salvação e destino eterno Rm 11.36. Portanto adorar a Deus é mais do que levantar as mãos, é mais do que às glorias e aleluias pronunciadas de forma altissonante, é mais do que ir ao culto formalmente ou rotineiramente, é mais que cantar levando a multidão ao êxtase, é mais que as nossas liturgias denominacionais, adorar a Deus é mais... Muito mais... Que tudo isso... , adorar a Deus É UM ESTILO DE VIDA.


2. A oração – a oração é uma adoração que inclui todas as atitudes do espírito em sua aproximação com Deus. O crente cristão adora, confessa, louva e o suplica em oração. Essa, é a mais alta atividade da qual o espírito humano é capaz, também pode ser considerada como comunhão com Deus, se a ênfase devida for posta sobre a iniciativa divina. A doutrina da oração destaca o caráter de Deus, a necessidade de o indivíduo achar-se em relação de salvação ou de aliança com ele, e a necessidade de entrar plenamente em todos os privilégios e obrigações dessa relação com Deus. Vejamos aquilo que quero chamar de conjunto ou todos os elementos constituintes da oração:
→ Adoração – a palavra adoração engloba um conceito vital no que se refere á oração. A ela estão associados termos como “reverência”, “temor do Senhor”, e “veneração”. A adoração é uma demonstração de grande amor, devoção e respeito para com Deus;
→ Comunicação – embora as palavras “comunicar” e “comunicação” não sejam usadas nas escrituras para descrever a oração, a idéia é inerente. A oração pressupõe alguma forma de comunicação, seja esta unilateral ou recíproca. Podemos definir esta forma de oração comunicação sobre o prisma de:1º) pessoas falando com Deus; 2º) pessoas e Deus em diálogo; 3º) Deus falando com pessoas em circunstâncias que assim exijam, principalmente quando elas se inclinam por ouvir a sua voz;
→ Comunhão – indica companheirismo e identificação pessoal, afinidade, podendo ser entendida como uma mescla de personalidades numa bendita unidade, como trançar fios para formar uma única corda, como nível de oração, ultrapassa a comunicação pura e simples. A comunhão sugere uma intimidade exclusiva e fora do comum, como por exemplo, o envolvimento de Abraão com Deus por causa de Sodoma e Gomorra (Gn 18.17, 23-23);
→ Confissão – é simplesmente o reconhecimento de um fato acerca de si próprio ou de outrem. Assim, ela tanto pode ser o desvendar dos pecados pessoais, num ato de contrição (o reconhecimento da nossa miséria e falibilidade), como uma afirmação da grandeza e bondade de Deus (o reconhecimento da santidade e perfeição divinas);
→ Contrição – é o ato de alguém se lamentar e realmente entristecer-se pelos próprios pecados ou delitos;
→ Rogo – significa “pleitear” ou “pedir com urgência, especialmente a fim de persuadir”;
→ Intercessão – Neste nosso estudo sobre oração compreendemos que a “intercessão” representa “o ato de uma ou mais pessoas, humanas ou divinas, que fazem intercessão a Deus em favos de outrem”;
→ Meditação – meditar significa dirigir os pensamentos para alguma coisa, refletir ou ponderar sobre ela neste estudo vê que ela significa “ensaiar e ponderar na mente visando a um mais completo entendimento, assimilação e aplicação da verdade”;
→ Petição – é um “pedido intenso”, uma “solicitação” ou uma “requisição”;
→ Orando no Espírito – Implica igualmente numa concessão do Espírito Santo com o espírito humano, pela qual se passa a falar numa língua desconhecida;
→ Submissão – A submissão não é tanto um meio quanto condição para a oração eficaz. O cristão submisso aceita humildemente a autoridade e o senhorio daquEle a quem ora;
→ Súplica – é o ato de fazer humildes e intensos rogos pedindo favor, especialmente a Deus;
→ Ação de Graças – é um reconhecimento público ou celebração da bondade divina, uma expressão de gratidão;
→ Dores – é aquela intensa dedicação á oração que chega a produzir agonia e intensa dor interior em prol de uma causa espiritual, principalmente o nascimento e desenvolvimento de almas e ministérios no Reino de Deus (Gl 4.19);
→ Veneração – é a reverencia estendida a um ser sobrenatural, é também o ato de expressar essa reverência, admiração ou devoção no nosso caso a Deus.


3. O verdadeiro louvor – é a forma de reconhecer, agradecer e proclamar que Deus é digno de toda honra, Glória e louvor. Posso destacar três pontos que caracterizam o verdadeiro louvor, em minha opinião são: em primeiro lugar, o reconhecimento, em Romanos 11.33-36 Paulo louva a Deus reconhecendo a sua sabedoria, conhecimento, os seus planos que muitas vezes desconhecemos e achamos estranha a forma de Deus agir no seu conselho, o Apostolo reconhece que somos incapazes de reivindicar alguma coisa de Deus, “pois Dele, por meio Dele e para Ele são todas as coisas” e conclui sua doxologia dizendo “gloria, pois a Ele eternamente amem”. Em segundo lugar gratidão, devemos sempre agradecer a Deus pelo seu amor, favor, misericórdia, perdão, pela nossa salvação, regeneração, justificação, santificação e pela garantia de um dia morarmos eternamente com Ele no céu, graças ao seu amor salvador demonstrado e realizado através da morte vicária de Cristo na cruz do calvário.
E por último, proclamar, acredito que esta proclamação pode ser realizada através do louvor e de forma especial quando esta apresenta os atributos de Deus, que revelam e mostram o caráter Santo e maravilhoso de Deus.


4. Comunhão – A ceia do Senhor - Junto com o serviço da palavra, a primeira igreja da história perseverava na comunhão (At.2:42). Lucas explica algo mais a respeito desta comunhão nos versos subseqüentes. Os crentes ficavam juntos isto indica que estavam juntos como família de Deus, isto é, regularmente, e tinham tudo em comum. Marshall sugere que “não seria surpreendente... que pelo menos outro grupo contemporâneo judaico, a seita de Cunrã, adotasse este modo de vida.” A adoração genuína conduz-nos à lembrança de que não somos de nós mesmos. Fomos comprados por preço infinitamente alto. Conseqüentemente, somos escravos de Deus e dos membros do Seu Corpo. Ações de graça pelo sacrifício do Filho de Deus incitam os filhos beneficiados a indagar como se desincumbir da obrigação imposta. Que presente digno devemos trazer para o altar cristão?
O pano de fundo da eucaristia cristã descobre-se na refeição da Páscoa. Esta celebração consistia de duas partes: primeira, “enquanto comiam”, e segunda, “depois de cear” (I Cor.11:24). O que Jesus insistiu originalmente era repetido como duas partes de uma refeição maior - ágape ou “festa de amor”, com a intenção de beneficiar os cristãos mais carentes da igreja. Esta refeição, que substituiu a Páscoa dos judeus, era tomada diária ou semanalmente. Percebe-se pela leitura de I Cor. 11:17-22, que esta refeição era a “ Ceia do Senhor”, que reunia todos os membros da família de Deus. Além de relembrar a morte de Jesus e a inauguração da Nova aliança, a Ceia confirmava, de maneira inconfundível, que todos os participantes tinham uma vida em comum. Ricos e pobres, livres e escravos, todos se comprometiam diante de Deus a ter e manter uma responsabilidade mútua, uns pêlos outros.
O caráter dessa refeição não se evidencia somente numa dramatização do sacrifício único do Filho de Deus pêlos nossos pecados, mas era também uma demonstração da adoração que tem implicações horizontais. Daí, o veemente protesto de Paulo, em Corinto, diante da negação na prática da comunhão que a ceia devia demonstrar. “... não é a ceia do Senhor que comeis. Porque ao comerdes, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia” (I Cor. 11:20). Agindo assim, profanavam o Corpo de Cristo formado pela morte e ressurreição. Comiam e bebiam juízo para si.
Os cristãos que comem juntos no culto são integrados num corpo comparável ao corpo humano. Uma vida ou personalidade ocupa a unidade física humana, de tal forma que nenhuma parte pode se desligar sem prejuízo para as outras, nem podem desprezar uma à outra, nem devem ter inveja.


5. Pregação da palavra – a pregação da palavra deve ser Cristocêntrica até porque a Bíblia do Genesis (Gn 3.15), ao Apocalipse (Ap 22.14) tem como tema a redenção, sendo que esta redenção foi realizada por Cristo quando “deu a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28), em segundo lugar a Bíblia deve ser pregada e em ensinada com uma hermenêutica e exegese sadia, onde a preocupação que deve nortear o pregador deve ser interpretar de forma clara, simples, objetiva, e como resultado a edificação dos crentes conforme a passagem bíblica exposta.

CONCLUSÃO


Estamos vivenciando uma época de falta de identidade cristã, onde os marcos antigos, ensinados, pregados, e proclamados, pelos Profetas do antigo Testamento, e Cristo e Os Apóstolos do Novo Testamento são cada dia mais esquecidos, desprezados e substituídos pelo “novo evangelho”, onde o individualismo e o egocentrismo são marcas registradas e por incrível que pareça, é que, este evangelho “fofo” sem vida, sem graça, sem sal, sem luz, sem reflexão e renuncia tem sido buscado e desejado de muitos que querem ouvir apenas aquilo que gostam e vão em busca de Deus não para adorá-LO, mais para satisfazerem os desejos egoístas da carne.


Vejamos a opinião de Charles Haddon Spurgeon sobre esse tipo de “evangelho” ele diz: “Será que um homem que ama o seu senhor estaria disposto a ver Jesus vestindo uma coroa de louros? Haveria Jesus de ascender ao trono por meio da cruz, enquanto nós esperamos ser conduzidos para lá nos ombros das multidões, em meio a aplausos? Não seja tão fútil em sua imaginação. Avalie o preço; e, se você não estiver disposto a carregar a cruz de Cristo, volte à sua fazenda ou ao seu negócio e tire dele o máximo que puder, mas permita-me sussurrar em seus ouvidos: Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”.


Em nosso desejo de sermos fiéis a Palavra de Deus, procuramos através deste trabalho que consideramos apologético mostrar as características descabidas e blasfemas que caracteriza o culto neo-pentecostal e por último apresentamos algumas características do culto bíblico que nos mostram como devemos cultuar a Deus.

Sola Scriptura

BIBLIOGRAFIA
1. Andrade, Anísio Renato de – Culto Bíblico, p.14-15.


2. Brandt, Robert L.; Bicket, Zenas J. – O Espírito nos Ajuda a Orar / 1 ed. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1996, pp. 22-26, 28-35.


3. Gilberto, Antonio Pr. – Inovações Doutrinárias e Modismos Antibíblicos no Movimento Pentecostal, p.4.


4. Júnior, Gerson – Identificando as Implicações da Pós-modernidade na Igreja Hoje, Sob a Ótica das Escrituras / 4º Encontro de reflexão Teológica, 2008, p.11.


5. Lopes, Augustus Nicodemus – O que estão fazendo com a Igreja: Ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro / São Paulo: Mundo Cristão, 2008. pp.27-28, 158, 161.


6. MacArthur, Jr. – Com Vergonha do Evangelho/ Editora Fiel – São José dos Campos/ São Paulo, 2004. pp. 6, 8, 17, 35.


7. O Novo dicionário da Bíblia / editor organizador J. D. Douglas; Editores assistentes F. F. Bruce... [et AL.]; editor da edição em português Russell P. Shedd; tradução João Bentes, – 3. ed. ver. – São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 957.


8. Soares, Ezequias – Heresias e Modismos, combatendo os erros doutrinários / Lições Bíblicas / Jovens e Adultos, 2º trimestre de 2006, CPAD, P.73, 75.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Razões para não nos relacionarmos co o mundo


RAZÕES PARA NÃO NOS RELACIONARMOS COM O MUNDO
TEXTO: Jo 2.15-17

INTRODUÇÃO

Nestes versículos o Apóstolo nos ensina algumas razões para nós cristãos do século vinte um. João não esta dizendo neste texto que o cristão não pode fazer parte de uma sociedade, comunidade ou se relacionar com o seu próximo. O que ele condena é o cristão se identificar com o sistema que domina os corações que estão em constante rebelião contra Deus e sua Palavra. Em outras palavras é o cristão se afeiçoar com este sistema a ponto de passar a concordar e se submeter aos arautos da rebelião que rejeitam tudo aquilo que está relacionado com Deus e sua Palavra.

I. QUANDO AMAMOS O MUNDO DEMOSTRAMOS QUE NÃO AMAMOS A DEUS (V.15)

1. “Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai”. João nos ensina neste texto que quando o cristão se envolve no relacionamento com o mundo e se submete as suas normas, ou seja, passa a adotar o seu modo como correto, esse cristão de fato não goza de um profundo relacionamento com Deus. Quando João se refere a mundo, João esta se opondo não as pessoas em si, mas suas ações que são controladas pelo sistema que esta em uma declarada oposição a Deus e a causa de Cristo.

II. AS OBRAS DO MUNDO ESTÃO EM DESACORDO COM A PALAVRA DE DEUS (V.16).

1. “Porque tudo que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da riqueza - não vem do Pai, mas do mundo.” Neste texto nós encontramos três ações que são claramente contrarias a Palavra de Deus.

a) “a concupiscência da carne” se refere aos desejos desenfreados e depravados que estão presentes em nossa natureza humana que cultivados nos leva a viver uma vida oposta à liberdade para qual Cristo nos salvou (Rm6. 1- 11; Gl5. 13 – 17;1 Jo2. 3 – 6) e nos chamou para revelarmos o seu caráter de por meio delas (Jo13.35; Ef 1.4, Ef 2.10; 1Jo2.6).

b) “a concupiscência dos olhos” destaca tudo aquilo que nos atrai por meio da visão, gerando uma cobiça desenfreada para obtermos aquilo que parece ser bom aos nossos olhos em detrimento da Palavra de Deus.

c) “orgulho da riqueza” revela uma pessoa de presunção ímpia e vazia, que confia no próprio poder e recursos da vida.

III. ESSE SISTEMA É TRANSITÓRIO (V.17)

1. “Ora o mundo passa com suas concupiscências; mas o que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” Esse sistema embora se apresente com aparência de que viver uma vida desassociada de Cristo e de sua Palavra pode proporcionar ao homem à verdadeira “alegria”, João afirma que este sistema é temporário, passageiro como também suas obras, e que um dia chegará o seu fim.

CONCLUSÃO

Para o salvo a sua verdadeira alegria e satisfação estar em obedecer a Deus e a sua Palavra, pois os seus mandamentos não são fardos pesados, a verdadeira característica daquele que nasceu de novo é a alegria da salvação no seu coração como resultado da ação do Espírito Santo que impele o crente obedecer a Deus não por obrigação, mas por gratidão. Outra coisa bem interessante é que esta alegria e satisfação são permanentes “mas o que faz a vontade de Deus permanece eternamente”.

BIBLIOGRAFIA
1. A Bíblia de Jerusalém.

domingo, 2 de agosto de 2009


JESUS, O REDENTOR E PERDOADOR

Texto: 1Jo 2.1,2


INTRODUÇÃO

João neste capítulo inicia, com um tom paternal e pessoal, informando aos seus destinatários o propósito de suas admoestações, visando afastá-los da prática do pecado, como também consolar aqueles que como por um acidente haviam caído em pecado. Ele apresenta algumas funções de Cristo e o que elas significam para nós.

I. AS FUNÇÕES DE CRISTO (Vs.1, 2)

João começa este parágrafo advertindo os crentes para não se entregarem a prática do pecado, pois essa não é a vontade de Deus para os seus filhos, em razão de as trevas estarem em desacordo com a luz. Porém João fala aos seus leitores da possibilidade do servo do Senhor pecar, e que esse pecado pode romper a nossa comunhão com Deus nosso Pai, sem, contudo romper o nosso relacionamento com Ele. Então João aponta para Cristo como o único meio de restaurar a comunhão quebrada com o Pai.

1. “temos como advogado, junto do Pai, Jesus Cristo, o Justo”

De acordo com João Jesus é o advogado do crente na presença de Deus Pai. Na literatura rabínica esta palavra podia indicar a pessoa que oferecia auxilio legal ou aquela que intercedia a favor de outra. No presente contexto, a palavra significa, indubitavelmente, advogado de defesa – num sentido jurídico.
O trabalho característico de um advogado é junto ao juiz defender a causa do seu cliente – Agora imaginemos nós diante do tribunal de Deus para sermos julgados pelos nossos pecados, e Deus por amor aponta Cristo para nos defender e assim restaurar nossa comunhão diante Dele (2Co 5.18,19).

Outra coisa interessante neste texto é base da nossa absolvição. Sempre quando um Advogado é chamado para defender uma causa ele procura provar a inocência do seu cliente e com base nisso dar provas suficientes para levá-lo a sua absolvição. Porém conosco foi diferente estávamos todos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1, Rm 3.23, Rm 6.23), as nossas obras eram incapazes de nos salvar (Ef. 2.9, Is 64.6). Por tanto, conforme a justiça Divina determinava, todos estão condenados. Porém com base na justiça de Cristo (o Justo) foi possível a nossa absolvição (2Co 5.18,19, Rm 3.21-26). Ó maravilhosa graça! Não por meio de obras, esforços humanos, ou pagamentos, ninguém jamais foi salvo, nem jamais alcançará a justificação dos seus pecados, só através de Jesus Cristo, o Justo.

II. “Ele é a vitima de expia pelos nossos. E não somente pelos nossos, mas também de todo mundo”

João diz que Cristo é a vítima expiatória, o sacrifício propiciatório que foi oferecido ao Juiz por todas as nossas ofensas contra a sua majestade, lei e governo. Ao morrer por nós, ele nos libertou da culpa do pecado e nos restaurou a Deus, pois fez a reparação necessária e removeu todas as barreiras para a comunhão.
Depois de falar sobre o que Cristo fez por nós na Cruz do Calvário João conclui este parágrafo falando da suficiência do sacrifício de Cristo. A frase, mas também de todo o mundo está relacionado não a cada criatura feita por Deus, pois então os anjos caídos compartilhariam da redenção de Cristo. As palavras todo mundo descrevem o mundo em sua totalidade, não necessariamente em sua individualidade. Jesus morreu por todas as pessoas que crêem nele e que vêm de “todas as nações, tribos, povos e línguas”(Ap 5.9).

CONCLUSÃO

O que minhas mãos tem feito
Não pode salvar minha culpada alma;
O que minha sofredora carne tem suportado
Não pode fazer meu espírito íntegro.
O que eu sinto ou faço
Não pode dar-me paz com Deus;
Nem todas as minhas orações e gemidos e lagrimas
Podem suportar meu doloroso fardo.

Tua graça, tão somente, ó Deus,
A mim pode falar de perdão;
Teu poder, tão – somente, ó Filho de Deus,
Pode desfazer essa dolorosa escravidão.
Nenhuma outra obra senão a tua,
Nenhum outro sangue senão o de Cristo,
Nenhuma força senão aquela que é divina,
Pode conceder-me segurança”.
Horatius Bonar

BIBLIOGRAFIA

1. A Bíblia de Jerusalém Nova Edição, Revista – Editora Paulus, 2001.

2. Henry, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento – Atos a Apocalipse – Rio de Janeiro – CPAD- 1ª edição/2008.

3. Hendriksen, William – Comentário do Novo Testamento: Romanos. São Paulo: Cultura Cristã, 2001

4. Kistemaker,SimonJ.Comentário do Novo Testamento: Tiago e Epístolas de João. São Paulo:CulturaCristã,2006.

5. MacDonald, William – Comentário bíblico popular – Novo Testamento – São Paulo: Mundo Cristão, 2008.

6. Rienecker, Fritz – Chave lingüística do Novo Testamento grego – São Paulo: Vida Nova, 1995.

sábado, 1 de agosto de 2009


Jesus, a Luz do Crente

Texto: 1Jo 1.5-10

INTRODUÇÃO

Nesta lição o Apóstolo ensina que Cristo veio revelar o caráter do Pai, como também mostrar as características do verdadeiro cristão que esta em comunhão com Deus por meio de Cristo.

I. JESUS VEIO REVELAR O PAI (v.5)

No seu Evangelho e na sua primeira carta João diz que Jesus veio revelar a Deus como também os seus predicados (Jo1.14,18; 3.16; 14.9-11; 1Jo1.5;3.16), contrastando o ensinamento gnóstico que afirmava que o Deus do Antigo Testamento era mau e perverso.

1. “Deus é Luz”

Deus é Luz, se refere a sua pureza, clareza. Declara a excelência da perfeição Divina. Em Deus está a completa beleza e perfeição que podem ser representadas a nós pela luz.

2. “nele não há treva alguma”

Em Deus não há defeito ou imperfeição, Ele é absolutamente, Santo, Justo e Verdadeiro. Ele esta em oposição às trevas, viver Nele é viver na luz.

II. CARACTÉRISTICAS DO VERDADEIRO CRISTÃO (VS. 6-10)

1. Não anda em trevas, mas na luz (VS.6,7)

A primeira característica de um seguidor de Cristo é que sua vida está refletindo do seu interior à luz de Deus por meio de Cristo (Jo 8.12). Esta luz é um sinal que revela que estamos gozando de uma comunhão profunda com Deus e com o próximo. João afirma que temos em Cristo a garantia dessa comunhão, através do seu sangue derramado por nós na cruz do Calvário.

2. Não nega, mas confessa que é pecador (VS. 8-10)

Os mestres gnósticos afirmavam não ter pecado como também não havia necessidade de confessá-los. Porém João afirma que o verdadeiro cristão é caracterizado por sua humildade em reconhecer que é um pecador. Confessar os nossos pecados significa admitir, concordar com o diagnóstico de Deus ao nosso respeito, que somos pecadores e que temos cometido pecados, e assim verbalizarmos com essa concordância com tristeza e pesar. E Deus como sempre é fiel nos perdoa e purifica-nos de todo o pecado.

CONCLUSÃO

Ser um cristão é viver na luz de Deus revelada em Cristo. Essa luz é revelada por meio das nossas ações que são candeias que refletem a luz do Criador em nossas vidas levando os homens a glorificarem a Deus.

BIBLIOGRAFIA

A Bíblia de Jerusalém

Henry, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento – Atos a Apocalipse – Rio de Janeiro – CPAD- 1ª edição/2008.

Lopes, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento: Primeira Carta de João – São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

Kistemaker, Simon J. Comentário do Novo Testamento: Tiago e Epístolas de João. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.

domingo, 26 de julho de 2009


Lição – 2
Jesus, O Filho Eterno de Deus
Texto: 1JOÃO 1.1-4

Introdução
Nestes primeiros versículos, encontramos o desejo do Apostolo João de levar os seus destinatários ao conhecimento correto acerca das naturezas: eterna e divina de Jesus Cristo, e assim desfazer o falso ensino gnóstico, que negava as duas naturezas de Cristo. Outro fato importante é que João faz uso de três sentidos físicos para provar, a presença Divina e Física do Senhor Jesus. E por fim ele nos ensina que um conhecimento correto acerca de Jesus resultará em comunhão e alegria completa.

I. CRISTO É ETERNO
O que era desde o princípio (1.1a). Aqui João se refere a Jesus Cristo. João apresenta Jesus como um ser que é eterno. Na bíblia encontramos outros registros que não só atestam como também corroboram esta afirmação de João sobre a eternidade de Jesus Cristo. Em Isaías 9.6 Cristo é chamado “Pai da Eternidade”, e Miquéias declara que esse mesmo Jesus que do lado humano deveria nascer em Belém, era, do lado divino, aquele “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

II. CRISTO É HUMANO
Porque a Vida manifestou-se (1.2a). Aqui o verbo manifestar aponta para a revelação de Jesus em sua primeira vinda e indica sua encarnação. Quais foram os propósitos de sua Encarnação? Vejamos alguns.
i. Salvar os perdidos (Lc 19.10, Mt 1.21);
ii. Revelar Deus ao homem (Jo 1.18, 14.9; Hb1.1);
iii. Ser um Fiel e Misericordioso Sumo Sarcedote (Hb 2.17, 4.14-16);
iv. Destruir as obras do diabo (1Jo 3.8).

III. A REVELAÇÃO DE CRISTO AOS APÓSTOLOS POR MEIO DOS SENTIDOS
“o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e o que as nossas mãos apalparam do Verbo da vida” (1.1b). Para provar a Eternidade e Humanidade de Jesus Cristo, João apresenta os três sentidos mais elevados dos homens (audição, visão e tato), como o meio usado por Cristo em sua revelação para ser usado no testemunho apostólico (1.3a).

IV. O CONHECIMETO CORRETO SOBRE JESUS CRISTO E SUA CONSEQUENCIAS
“O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos para que estejais também em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo”. (1.3). Veja que neste versículo, o Apóstolo informa que o conhecimento adquirido, por ele e os demais discípulos acerca do Mestre, sendo aceito pelos irmãos, a quem a carta é dirigida, resultará em uma profunda comunhão com os Apóstolos, pois comunhão aqui se refere à união com os Apóstolos sobre o testemunho verdadeiro do Filho de Deus, dando aos irmãos uma oportunidade singular de desfrutarem, assim como os Apóstolos, comunhão com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo, em que reside a salvação.
“E isto vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa”. (1.4). Aqui João nos informa outra conseqüência de se ter um conhecimento correto acerca de Jesus Cristo. Além dos irmãos desfrutarem duma comunhão vertical (com o Pai e com o Filho) e horizontal (com os Apóstolos), eles encontrariam no conhecimento correto de Jesus Cristo uma alegria (satisfação, gozo) completa. Como disse Agostinho “Fizeste-nos, Senhor, para Ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Ti”. Este descanso não significa a simplesmente cessação de um conflito, mas uma satisfação completa que só se alcança quando compreendemos o que Cristo e sua obra significam para nós.

Conclusão

A base doutrinária para toda comunhão verdadeira é a pessoa do Senhor Jesus Cristo. É impossível haver comunhão autêntica com Deus e com o próximo quando se adota conceitos falsos acerca de Cristo.


Obras consultadas:

A Bíblia de Jerusalém – Nova Edição, Revista – Editora Paulus, 2001.
Chafer, Lewis Sperry – Teologia Sistemática Volume 1&2, São Paulo: Hagnos, 2003.
Lopes, Augutus Nicodemos – Interpretando o Novo Testamento: Primeira Carta de João – São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
MacDonald, William – Comentário bíblico popular – Novo Testamento – São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
Rienecker, Fritz – Chave lingüística do Novo Testamento grego – São Paulo: Vida Nova, 1995.
Stott, John R. W. As Epístolas de João: Introdução e Comentário em Série Cultura Cristã Bíblica – São Paulo: Vida Nova, 2006.

quarta-feira, 8 de julho de 2009


Lições Bíblicas – 1 João

Os Fundamentos da fé Cristã e a perfeita comunhão com o Pai.

Introdução

Conforme veremos ao longo destes comentários expositivos baseados na primeira carta do Apóstolo João, que sempre foi objetivo do maligno tentar anular o valor da Humanidade, Divindade e do sacrifício expiatório de Cristo na cruz do Calvário, e conseqüentemente levar os cristãos a conformar-se com os prazeres da carne (sua natureza pecaminosa, que representa tudo aquilo que é oposto à vontade de Deus e sua Palavra), e com os prazeres transitórios do mundo (se refere à humanidade em rebelião declarada contra Deus e sua Palavra, é um sistema que tem o Diabo como o seu senhor). O Apóstolo João trata com veemência essas heresias ensinadas por falsos mestres que queriam anular o Evangelho de Cristo Jesus.

I. ENTENDENDO A CARTA DE JOÃO, O APÓSTOLO

Se examinarmos a segunda e a terceira epístolas de João, notaremos nelas traços que indicam uma carta. Como por exemplo, elas apresentam título do remetente, os destinatários, as saudações iniciais, a mensagem pessoal e as saudações finais. Embora não haja informações quanto à local e data, essas cartas atribuídas a João são comparáveis, em termos de forma, ás epístolas escritas por Paulo.
Na Primeira Epístola de João os termos são bem diferentes. O nome do remetente e dos destinatários não é mencionado, não há saudações, benção, lugar de origem ou destino. Em razão disso muitos são as sugestões sobre esta epístola. Alguns têm sugerido que ela seria um ensaio, tratado ou sermão. Outros discutem a possibilidade de que seria uma carta circular, ou um pequeno “folheto” circular que tinha seu uso nas igrejas pastoreadas por João, na região da Ásia menor. Porém por mais interessantes que sejam estas sugestões, afirmamos que ela é uma epístola, pois do começo ao fim, a carta revela um conhecimento pessoal do autor em relação aos destinatários. Ele se dirige aos leitores chamando-os de “amados” e “filhinhos” e se utiliza de pronomes pessoais como nós e eu.
II. CONHECENDO A AUTOR DA CARTA

Filho de Zebedeu e de Salomé. Ele e seu irmão Tiago eram pescadores (Mt 4.21). João Batista o apresentou a Jesus (Jo 1.35-39), que o chamou para ser apóstolo (Mc 1.19-20). Era do grupo mais íntimo de Jesus (Mc 5.37; Mt 17.1; 26.37). Ele e Tiago são chamados de BOANERGES. João é provavelmente o discípulo amado (Jo 13.23). Foi ele o único discípulo que permaneceu perto da cruz (Jo 19.26-27) e o primeiro a crer na ressurreição de Cristo (Jo 20.1-10). Após o Pentecostes, trabalhou inicialmente com Pedro (At 3.1-4.22; 8.14-17; Gl 2.9). A tradição diz que João viveu em Éfeso até uma idade bem avançada. É considerado o autor do Evangelho de João, das três epístolas que levam o seu nome e do Apocalipse.

1. Um autor com uma característica singular.

O autor desta epístola se apresenta como alguém que é uma testemunha ocular (1 Jo 1. 1-4). Ele pertence não somente ao círculo amplo de seguidores do Mestre, mas, de acordo com a tradição, é um dos Doze e, dentro desse grupo seleto, é um dos três (Mc 5.37; 9.2; 14.33). Ele é o que se apresenta como sendo o “discípulo a quem Jesus” amava (Jo 13.23). Ninguém conhecia Jesus melhor do que ele. Ele caminhou com Jesus diariamente, tendo tido amplas oportunidades de observar suas falhas de caráter e seus defeitos de personalidade. Na noite mais sagrada de todas, a noite da Ceia, ele reclinou-se em seu peito. Por ocasião da crucificação, ele foi o discípulo que permaneceu nas proximidades do Calvário, tendo também, posteriormente, entrado no túmulo (Jo 13.25; 19.26; 20.8). É esse mesmo discípulo que, como autor desta epístola, não se envergonha de proclamar a todos que este mesmo Jesus da História, que ele tão bem conhecia, é o próprio Deus.

III. O PROPÓSITO DA CARTA DE JOÃO

Quais foram os problemas enfrentados pela igreja na segunda metade do século primeiro? Vejamos o que motivou João a escrever esta carta:

1. Erro concernente a Cristo.
João defendeu a humanidade de Cristo por ocasião da sua encarnação, como da sua Divindade que não fora anulada na encarnação, em outras palavras a existência da natureza humana e divina de Cristo. Os falsos mestres recusavam-se a confessar que Jesus tinha vindo em carne (4.2,3). Negavam que Jesus é o Cristo (2.22) e que ele é o Filho de Deus (2.23; 4.15). Ensinavam que Jesus Cristo não podia ter vindo em forma humana. Quem eram esses falsos mestres? Faremos agora uma breve análise de suas principais idéias:
Eles são conhecidos como gnósticos, o termo gnóstico é de origem grega gnosis (conecimento). Eles exaltavam a aquisição de conhecimentos, pois, a seu ver, o conhecimento era o fim de todas as coisas. Declaravam que a matéria era má. Os seus ensinos eram distorcidos e se baseavam nas muitas imperfeições que observamos na natureza. Ensinavam os seguintes pontos:
• O mundo é mau. O mau causa uma separação na forma de um abismo intransponível entre o mundo e o Deus supremo. Assim, o Deus supremo não pode ter criado o mundo.
• O Deus do Antigo Testamento criou o mundo. Ele não é o Deus supremo, mas um poder inferior e perverso.
• Qualquer ensinamento sobre a encarnação é inaceitável. É impossível ao Verbo divino viver num corpo impuro.
• Não pode haver ressurreição do corpo. Aqueles que são libertos ficam livres dos grilhões de um corpo impuro.

2. Auto-engano moral.

Esses falsos mestres afirmavam que o nosso comportamento moral em nada afeta em a nossa relação com Deus. Eles tinham uma visão distorcida do pecado e da lei. Vejamos o que eles ensinavam:

• Estarem livres de pecado (1.8);
• Afirmavam não ter pecado (1.10);
• Negavam que para se obter comunhão com Deus fosse necessário o cumprimento da verdade (1.6);
• Recusavam-se a seguir o exemplo que foi deixado por Jesus durante seu ministério na terra (2.6);
• Afirmavam estar em comunhão com Deus, mesmo estando em trevas (1.6);
• Diziam que conheciam a Deus, mas na verdade eram mentirosos, pois não obedeciam a Palavra de Deus (2.4).

Conclusão

“Os problemas que João enfrentou em sua época são também os problemas da época em que vivemos, os objetivos que ele estabeleceu para si são os objetivos que os cristãos de hoje precisam ter se desejam crescer na graça”. James Montgomery Boice

Obras consultadas:

Blaney, Harvey J. S. – A Primeira Epístola de João. Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10, CPAD.
Ebenezer, Dicionário Bíblico.

Epístolas Gerais – Introdução e comentário. Apostila do Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste.

Hendriksen, William – O Evangelho de João. Editora Cultura Cristã.

Kistemaker, Simon J. – Comentário do Novo Testamento: Tiago e Epístolas de João – Editora Cultura Cristã.

Silva, Eliezer de Lira – 1 João – Os fundamentos da fé cristã e a perfeita comunhão com o pai.


terça-feira, 7 de julho de 2009

domingo, 28 de junho de 2009

A Declaração de Cabridge

"As igrejas evangelicas de hoje estão cada vez dominados pelo espírito deste século em vez de pelo Espírito de Cristo. Como evangélicos, nós nos covocamos a nos arrepender desse pecado e a recuperar a fé cristã histórica"


NO decurso da História, as palavras mudam. Ná época atual isso aconteceu com a palavra evangélico. No passado, ela serviu como elo de união entre cristãos de uma diversidade ampla de tradições eclesiásticas. O evangelicalismo histórico era confessional. Acolhia as verdades essenciais do Cristianismo co0nforme defenidas pelos grandes concílios ecumênicos da Igreja. Além disso, os evangélicos também compartilhavam uma herança comum nos "solas" da Refoprma Protestante do 16.


Hoje, a luz da Reforma já foi sensivelmente obscurecida. A consequência foi a palavra evangélico se tornar tão abrgente a ponto de perder o sentido. Enfrentamos o perigo de perder a unidfade que levou séculos para ser alcançada. Por causa dessa crise e por causa do nosso amor a Cristo, seu evangelho e sua igreja, nós procuramos afirmar novamente nosso compromisso com verdades centrais da Reforma e do evagélicalismo histórico. Nós afirmamos essa verdades e não pelos eu papel em nossas tradições, mas cremos que são centrais para a Bíblia.